Publicado por Dr. Oliver Ulson
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O que é Ortopedia Geriátrica?

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Antes de falarmos sobre a ortopedia geriátrica e o que faz o ortopedista geriátrico precisamos entender o que gerou essa demanda...

Segundo a definição da OMS (Organização Mundial de Saúde), idoso é o indivíduo com 60 anos de idade ou mais e, em nosso país, essa parcela representa 13 % de toda a população, totalizando nada menos do que 28 milhões de pessoas de acordo com o último censo realizado pelo IBGE em 2018. Além disso, a tendência é que esse percentual dobre nas próximas décadas (CENSO 2020).

Dessa forma, tornou-se uma necessidade da medicina moderna o estudo das particularidades desta população, das suas fragilidades e de que forma o envelhecimento deve ser encarado e conduzido pra que se cheque aos 80 ou 90 anos com independência para realizar as atividades de vida diárias. Buscam-se hoje formas para se ter um envelhecimento saudável, respeitando as individualidades de cada indivíduo e objetivando-se que cada um envelheça da forma mais saudável possível para a sua condição. Sendo assim, a Geriatria ganhou relevância no cenário atual e os médicos cada vez mais estão buscando especialização nesta área para tratar adequadamente seus pacientes.

A geriatria é uma especialidade médica que se integra junto com a gerontologia com a intenção de realizar o cuidado do paciente idoso no que diz respeito à saúde, tratamento e prevenção de doenças, reabilitação funcional e cuidados paliativos.

Já a Gerontologia, por sua vez, é a área que estuda os diversos aspectos do envelhecimento, com profissionais de áreas de atuação diversas que trabalham em conjunto com o médico geriatra (sbgg.or.br). Podem incluir ainda fisioterapeutas, psicólogos, terapeutas ocupacionais, assistentes sociais, nutricionistas, entre outros, formando uma equipe multidisciplinar em conjunto com o geriatra.

Com relação ao sistema musculoesquelético, os pacientes idosos apresentam suas particularidades, desde doenças sistêmicas que afetam todo o organismo, como a perda de massa óssea (osteoporose / osteopenia), perda de massa muscular (sarcopenia), artrose nas diversas articulações, alterações neurológicas levando a quedas, perda de sensibilidade e dor crônica.

Um dos equipamento mais utilizados no seguimento clínico desses pacientes é a Densitometria de dupla emissão de raio-X (DEXA). Explicando de forma fácil de entender, ela mede a densidade dos tecidos através da emissão e absorção de radiação emitida pelo equipamento. Desta forma, conseguimos avaliar a densidade óssea e muscular dos pacientes sendo referência para o diagnóstico de osteoporose, osteopenia e sarcopenia. Ela costuma se basear na densidade tecidual média para um população jovem em desvios-padrão (DP), conhecido como T score.

  • Osteopenia o que é? A osteopenia, ou como é mais utilizada hoje "baixa densidade óssea", é a perda de massa óssea com T score de -1,0 a -2,5DP pela densitometria óssea.
  • Osteoporose o que é? A osteoporose é a perda de mássa óssea em grau mais avançado, pode ser definida pela densitometria como T score menor que -2,5 a -3,0 DP (A osteoporose grave é definida como T score menor que -3,5DP ou menor que -2,5DP com fratura de fragilidade óssea associada).
  • Sarcopenia o que é?A Sercopenia é definida como a perda de massa muscular associada a perda de sua função. Muitas vezes está relacionada às outras doenças acima. A sarcopenia pode ser melhor avaliada pelo DEXA, na avaliação de massa magra, definida com valor menos que 7kg/m2 para homens e menos que 5,4km/m2 para mulheres.

Com o desenvolvimento da medicina e da atuação integrada do médico e da equipe multidisciplinar, percebemos um aumento da longevidade dos pacientes acompanhado por uma melhor qualidade de vida e nível funcional desses pacientes, permitindo que os mesmos continuem praticando atividades físicas, incluindo as mais intensas, durante a terceira idade.

Além disso, estes pacientes também apresentam suas particularidades antes, durante e após a cirurgia. É necessária a avaliação clínica em conjunto com o clínico geriatra, rastreando todas as doenças prévias, a fim de preparar o paciente da forma mais completa e segura para o ato cirúrgico. Este, por si, deve ser realizado da forma mais rápida possível, para evitar os riscos da síndrome do imobilismo que será comentado em outro momento.

O Ortopedista Geriátrico deve levar em consideração para a escolha cirúrgica: o grau de atividade do paciente, as suas expectativas e de sua família, doenças prévias, entre outros, priorizando procedimentos a escolha de procedimentos minimamente invasivos e que permitam uma movimentação precoce, sempre ponderando os riscos e benefícios do tratamento cirúrgico das lesões ortopédicas.

Veja mais: https://ortopedistaemsaopaulo.com.br/o-que-e-ortopedia-geriatrica/

Autor

Dr Oliver Ulson

Dr Oliver Ulson

Ortopedista e Traumatologista, Cirurgia Do Joelho

Graduação em Medina no(a) Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo.